A cidade de Maceió enfrenta um dos piores desastres ambientais de sua história, e dois atores principais estão no centro das críticas: a Braskem, responsável pela extração do sal-gema, e o prefeito João Henrique Caldas, o JHC, cujo acordo com a empresa está sendo duramente questionado.
Desastre iminente: Colapso da mina da Braskem
Risco iminente e medidas emergenciais O solo da mina da Braskem, com risco de colapso, afundou preocupantes 1,61 metros desde o início do monitoramento. O boletim da Defesa Civil alerta para a iminência do colapso, colocando em risco a região do antigo campo do CSA, no Mutange. A velocidade do deslocamento de terra se manteve em 0,7 cm/h.
Contaminação da Lagoa Mundaú e ecossistema ameaçado A mina, localizada em 60% na Lagoa Mundaú, preocupa ambientalistas. Amostras da água foram coletadas para avaliar se o afundamento afetou a lagoa, temendo-se a contaminação do ecossistema. A pesca, fonte vital na região, foi suspensa, e o possível colapso já impacta comunidades locais.
Negligência da Braskem e falta de prevenção
Declaração alarmante da Defesa Civil O coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil, declara que o colapso é inevitável, alegando falta de tecnologia para mitigar a situação. Ações preventivas deveriam ter sido tomadas no passado, mas a mina está em movimento acelerado e se aproxima perigosamente da superfície.
Riscos ambientais e danos irreversíveis Com 40% da mina no continente, o possível colapso representa uma ameaça ambiental significativa. A cratera resultante, ao eclodir, será preenchida com águas da Lagoa Mundaú, gerando danos ambientais irreparáveis, e a Defesa Civil destaca um possível desvio de centímetros ou milímetros na lagoa.
Acordo polêmico: Braskem e prefeitura sob escrutínio
Valor bilionário e responsabilidades futuras O acordo entre Braskem e Prefeitura de Maceió, no valor de R$1,7 bilhão, visava reparar danos socioambientais. Contudo, cláusulas controversas lançam dúvidas sobre sua eficácia. A quitação total dos danos socioambientais, com a prefeitura assumindo despesas futuras, causa preocupação.
Riscos e despesas futuras para a prefeitura Especialistas apontam que o acordo coloca, surpreendentemente, a responsabilidade por danos socioambientais futuros nas mãos da prefeitura. Com a quitação total dos danos, a prefeitura pode ter de arcar com despesas maiores do que o esperado, incluindo despesas com desapropriações e eventos geológicos.
Cobranças da sociedade e ações futuras
Sociedade exige prestação de contas Diante do cenário caótico, a sociedade exige transparência e prestação de contas. A Braskem e o prefeito JHC enfrentam críticas crescentes pela gestão inadequada do desastre ambiental. Movimentos sociais e ambientais já se mobilizam em busca de respostas.
Rumo a um desfecho inesperado O desastre ambiental em Maceió está longe de um desfecho. A falta de responsabilidade da Braskem e as cláusulas questionáveis do acordo com a prefeitura deixam a população apreensiva. A verdadeira extensão dos danos e a responsabilidade das partes envolvidas só serão reveladas nos próximos capítulos desse triste episódio, que já deixa marcas profundas na cidade e em seus habitantes.