São Paulo – A creche onde estudava o menino de 3 anos que morreu nessa segunda-feira (18/12) após ser esquecido dentro de uma van escolar no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, disse que enviou mensagens pedindo atenção aos motoristas que atendem os alunos do local há cerca de um mês.
O alerta enviado pela direção do Centro de Educação Infantil (CEI) onde estudava o menino João Alisson foi obtido pela TV Globo. Nele, havia a solicitação de que os condutores verificassem se todas as crianças desceram dos veículos escolares.
“Tem sempre que ser verificado se há alguém responsável por ver se ficou no transporte. A capacitação dos condutores e auxiliares que ajudam deve ser muito rigorosa”, diz a mensagem.
A Justiça concedeu liberdade provisória à motorista que esqueceu a criança da van nesta terça-feira (19/12), mas suspendeu o direito dela de dirigir. A mulher deverá comparecer em juízo todo mês, manter o endereço atualizado, não poderá sair da cidade por mais de oito dias sem prévia comunicação e terá de pagar fiança de dois salários-mínimos.
A van onde estava João Alisson deixou as crianças às 7h45 na creche. A instituição é particular, mas tem convênio com a Prefeitura de São Paulo. Depois, o veículo foi estacionado ao lado de um poste. João ficou dentro do veículo no sol até o fim da tarde, por cerca de dez horas. O dia foi de forte calor, os termômetros em São Paulo registraram 32º C, segundo a Climatempo.
A motorista da van foi buscar o menino na escola por volta das 16h. No local, ela foi informada por uma funcionária da unidade escolar que a criança não havia sido levada para o local. Ao voltar para o veículo, a motorista encontrou a criança embaixo do banco, já morta.
Em entrevista para a TV Bandeirantes, o Capitão Anderson, da Polícia Militar (PM), disse que, quando as viaturas chegaram no local, a criança já estava com sinais de rigidez cadavérica, o que indica que a morte teria ocorrido há algumas horas.
O caso ocorreu pouco mais de um mês após outra criança morrer por ter sido esquecida dentro de uma van escolar.
No dia 14 de novembro, o menino Apollo Gabriel, de apenas 2 anos, morreu na Vila Maria, zona norte de São Paulo, após ficar mais de 6 horas trancada no veículo.
O casal dono da van foi acusado de homicídio e admitiu que errou na contagem das crianças. A dupla alegou que a mulher foi trabalhar no dia da tragédia sentindo mal-estar e enxaqueca.