Em uma sessão marcada por acusações e críticas contundentes na Câmara Municipal de Maceió nesta terça-feira (7), o vereador João Catunda (PP) e outros parlamentares, todos aliados do prefeito JHC (PL) e da secretária de educação, Jó Pereira, expressaram sua insatisfação com a Secretaria Municipal de Educação (Semed). A falta de transparência nos processos envolvendo as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) foi o principal ponto de discórdia.
Catunda, um aliado de longa data do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que indicou Jó Pereira para o cargo de secretária municipal de educação, não poupou críticas à gestão de Pereira. Ele acusou a Semed de favorecer OSCs de outros estados, acelerando seus processos, enquanto as organizações ligadas aos próprios vereadores veem seus processos estagnados nos gabinetes da Semed.
"A soberba e a arrogância com que a Semed vem tratando os vereadores são ingredientes para uma queda", declarou Catunda, expressando sua insatisfação com a postura da secretaria.
A vereadora Silvânia Barbosa (MDB) reforçou as críticas de Catunda, abordando o desempenho das OSCs e levantando denúncias de irregularidades praticadas com os profissionais nas creches. Ela trouxe à tona relatos de mães que tiveram que assumir o papel de auxiliar de sala porque o programa não dispunha desses profissionais para apoiar crianças autistas.
O vereador Leonardo Dias (PL), também aliado do prefeito JHC, endossou as críticas de Catunda. Ele acusou a Semed de agir com arrogância desde sua primeira semana de mandato e criticou o ex-secretário Helder Maia por sua falta de competência para gerir a secretaria, apesar de seus títulos acadêmicos.
A gestão da Semed no programa Gigantinhos, da prefeitura de Maceió, também foi alvo de críticas. A vereadora Silvânia Barbosa (Solidariedade) afirmou que profissionais estão pedindo demissão e estão sendo filmados como se estivessem em um reality show. Ela pediu que a secretária responda aos seus ofícios, ressaltando que as pessoas precisam de espaço para trabalhar e devem ser tratadas com decência e respeito.
"Já vimos movimentações de vereadores pedindo que secretários respondam, que a gente tenha informações. A partir do momento que começam a se usar da soberba e prepotência para tratar com a Câmara de Vereadores, fico muito triste com isso. E a gente tem que pensar fortemente quando vamos utilizar esse tipo de característica e com quem vamos utilizar essa característica", concluiu Catunda em seu discurso no plenário da casa.