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21/05/2024 às 09h10min - Atualizada em 21/05/2024 às 09h10min

Menor que matou pais e irmã falou que, se possível, faria de novo

Polícia avalia possibilidade de submeter menor de idade a exame de higidez mental

Por Gazetaweb
Policiais compareceram ao local do crime. Reprodução/SBT

O adolescente de 16 anos que matou os pais adotivos e a irmã ficou surpreso quando foi informado que seria apreendido, de acordo com informações da Polícia Civil. Em depoimento informal, o garoto demonstrou frieza e falou com naturalidade sobre como teria atacado os familiares. Questionado, ele disse não estar arrependido e afirmou que, se fosse possível, faria de novo.

O menor infrator afirmou ter matado os familiares na sexta-feira (17/5) e contou ter convivido com os cadáveres dentro de casa durante todo o final de semana. Fez refeições ao lados dos corpos e manteve sua rotina de treinos na academia. Ele disse que só decidiu avisar a polícia sobre o ocorrido, na noite desse domingo (19/5), porque ficou incomodado com a grande quantidade de moscas na casa, atraídas pela decomposição dos corpos.

Segundo o relato do garoto, a decisão de matar os pais foi tomada após eles “confiscarem” seu aparelho celular. A arma usada foi uma pistola Taurus 9mm do pai, que era guarda municipal de Jundiaí. Na sexta-feira (17/5), o adolescente esperou o pai chegar em casa, por volta das 13h e, quando ele estava debruçado sobre a pia da cozinha, deu um tiro em sua nuca.

A irmã, que estava no andar de cima, ouviu o disparo e, após perguntar o que estava acontecendo, foi baleada no rosto. A ideia inicial, segundo o adolescente, não envolvia matar a irmã. Ela acabou sendo morta, segundo ele, porque estava na casa e perguntou sobre o tiro.

A mãe chegou em casa por volta das 19h do mesmo dia. Assim que entrou na cozinha, se deparou com o corpo do marido e deu um grito. Na sequência, foi baleada pelo menor. No sábado (18/5), dia seguinte às mortes, o garoto pegou uma faca e cravou nas costas da mãe. Ele diz que fez isso porque “ainda estava com raiva”.

Investigação

Após ser ouvido pela polícia, o adolescente foi encaminhado para a Fundação Casa. O caso foi registrado como ato infracional de homicídio e feminicídio, ato infracional de posse ou porte ilegal de arma de fogo e ato infracional de vilipêndio a cadáver. Caso ele seja considerado culpado, poderá ficar detido por no máximo três anos.

A equipe de investigação do 33º Distrito Policial analisa a possibilidade de submeter o adolescente a um exame de higidez mental. Se ficar comprovada insanidade, ele pode ficar internado por tempo indeterminado.

Uma das linhas de investigação leva em consideração a possibilidade de o adolescente ter decidido matar os pais por motivo fútil — o fato de seu celular ter sido confiscado. Isso, segundo a polícia, poderia ser um agravante.


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