Maria* precisou assistir a várias propagandas do jogo ‘Tigrinho’ para, enfim, fazer o seu primeiro depósito. Eram valores pequenos depositados em plataformas divulgadas pela influencer Paulinha Ferreira, investigada pela Operação Game Over, da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL). Até que a sorte pareceu ter ido a seu favor ao ganhar cerca de R$ 94 mil.
O problema é que ela teve a conta bloqueada e não conseguiu sacar o valor expressivo. Por conta disso, entrou na Justiça em dezembro do ano passado com uma ação para indenização por danos morais.
Segundo o advogado Suderllan Santos, que representa Maria, foi a confiança na influencer que a fez entrar para os jogos digitais; afinal, Paulinha declarava nas redes sociais que teve uma mudança de vida financeira por conta dos jogos.
“Quando a influenciadora começou a divulgar a plataforma Rico.33, Maria ganhou, em apostas seguidas, cerca de R$ 94 mil. Ela divulgou para toda a família, mas, ao tentar sacar, teve a sua conta bloqueada. Chamou a influenciadora no direct do Instagram, que respondeu, passando o contato de um ‘gerente da plataforma’, que informou se tratar de um big da plataforma e que iria tentar devolver o dinheiro que ela havia colocado”, explicou.
“Ao perceber que ele não resolveria, ela tratou novamente com a influenciadora, que mandou a nossa cliente tratar com o advogado. Desde então propusemos a ação para indenização por danos morais e passamos a figurar como vítimas no inquérito da operação policial. Em todo o momento, ela acreditou que a influenciadora não sabia que a plataforma não pagaria. Dias depois de já ter informado que não tinha recebido, viu a influenciadora divulgando a mesma plataforma, como se nada tivesse acontecido”, complementou.
A Operação Game Over foi deflagrada na segunda-feira (17), em bairros de Maceió e, também, na cidade de Marechal Deodoro. A soma dos bens apreendidos nos imóveis de influenciadores alagoanos, durante a ação, se aproxima de R$ 31 milhões.
Foram apreendidos carros de luxo, uma lancha, aparelhos celulares, dinheiro e passaporte.
*O nome real da vítima foi preservada a pedido.