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“Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza”. Esse provérbio português antigo prevalece mais do que nunca hoje em Palmeira dos Índios.
Quantas vezes vemos histórias de pessoas que não tinham dinheiro para suprir nem suas necessidades básicas e que, de repente ficam ricas – e se deslumbram, se perdem, gastam tudo com o que não devem?
“Você encontrou o mel? Come só o que te basta. Você ganhou dinheiro? Gaste com aquilo que te é necessário. Você assumiu uma posição de “poder”, não a use para oprimir os outros. Saiba lidar com o “mel da vida”. Saiba como agir quando você está nos “montes”, nos tempos de doçura”, é a explicação e recomendação do provérbio.
Por conta da prática perdulária em Palmeira dos Índios, partidos políticos e associações em defesa da cidadania e de combate a corrupção estudam apresentar um volumoso dossiê mostrando a suposta sinecura que ocorre no Município, em razão das evidentes irresponsabilidades com o erário.
A gastança visível a olho nu com o dinheiro do contribuinte em Palmeira dos Índios merece um freio de mão com urgência.
Sob a denominação de “investimentos e obras”, os parcos recursos públicos de um município endividado com previdência e outros gargalos de um passado distante estão sendo “estourados” por “arroubos imperiais” de quem acha que dinheiro dá em pé de árvore.
O pior que além da gastança desenfreada sob o título e slogan de que é “pra frente é que se anda”, os números surpreendem pelos altíssimos valores divulgados e que podem no futuro causar um rombo sem precedentes nas finanças do município.
UBS e toda atenção básica de Palmeiras está sendo “privatizada” por quase R$30 milhões a uma empresa sediada em Pernambuco em sala de 4 metros quadrados
À reportagem, cidadãos indignados relatam supostas situações que devem ser investigadas imediatamente pelo Ministério Publico, como a contratação de uma “instituição filantrópica” com sede em Pernambuco por quase R$30 milhões para gerir a atenção básica de Saúde, a assistência social e parte da gestão pública municipal.
Pelo que se comenta nos bastidores e dito à redação desta TRIBUNA DO SERTÃO, este “termo de colaboração” cujo prazo de validade termina em 2023 tem apenas o fito de “contratar mais de 8 mil pessoas neste período com o suposto objetivo de garantir votos para a pré-candidata da preferência do prefeito, sua esposa, Karla (com k) Cavalcante na eleição de outubro”.
Além disso, sindicalistas e representantes da sociedade civil alertam sobre a incapacidade da instituição em gerir a área de saúde o que pode ocasionar o caos no setor e até mortes.
Poços artesianos como este custou ao Município em média R$140 mil, 6,7 vezes mais do que o normal; prefeito-imperador disse que cancelou contrato. Mas até agora só “de boca”
Outra situação que chama a atenção foi a contratação da perfuração de 15 poços artesianos por mais de R$2 milhões – 6,7 vezes mais caro do que o preço normal de mercado e que após a denúncia por esta TRIBUNA DO SERTÃO, o prefeito-imperador teria voltado atrás e mandando cancelar. Só que a medida tomada após a denúncia foi a chamada “de boca”, “se colar, colou”, porque até o presente momento o diário oficial não publicou o cancelamento formal.
No Estádio do CSE prefeitura diz que investe R$1,5 milhão em tijolinhos de cimento e fachada de cerâmica. Investimento é 4 vezes maior do que a reforma das “Praça das Casuarinas”
No estádio do CSE que recebe de subvenção mensal R$200 mil para apoio a atletas profissionais (Isso é legal mesmo?), está sendo realizada uma reforma de R$1,5 milhão, onde só se enxerga a colocação um alambrado, pisos intertravados e aposição de cerâmica na fachada. Tudo isso?
A gigantesca Praça das Casuarinas – que só foi reformada por causa de uma recomendação do Ministério Público – custou 5 vezes menos do que a reforma do estádio do clube que disputa a quarta divisão do brasileiro.
Estátua de Frei Damião custou meio milhão, seis vezes mais do que estátua de Nossa Senhora do Amparo, na Serra do Goití
E a estátua do frei franciscano Damião de Bozzano que pregava a humildade, a simplicidade e justiça? A homenagem ao santo frade vai custar meio milhão de Reais, seis vezes mais do que a Estátua dedicada a Nossa Senhora do Amparo, na Serra do Goití. Não estaria fora dos padrões esse altíssimo valor?
A prevenção agora é salutar – ao menos para que a gestão mostre a legalidade de cada ato desse aqui narrado, entre tantos outros ocultos e a viabilidade financeira do município para garantir esses pagamentos sem que estejam sendo feitos em detrimento de despesas fundamentais do Executivo.
É aceitável essa gastança insensata? Claro que não.
Mas não importa para o prefeito-imperador, cujo empenho absoluto é o de se manter no poder, através da esposa na Assembleia. O município pode quebrar, mas dizem que ele fará de tudo para não perder a eleição e 15o poder, coisa que não será fácil.