ímbolo do apogeu da economia e do desenvolvimento da cidade de Arapiraca, o Clube dos Fumicultores vivencia o seu pior momento em quase 72 anos de história.
Localizado na Avenida Rio Branco, na área central da cidade, o prédio foi construído para o lazer e principal ponto de encontro das famílias da elite financeira da Capital do Agreste.
Entre as décadas de 1950 e 1980, o clube registrou o apogeu, por conta da cultura fumageira, a principal atividade econômica que alavancou o desenvolvimento de Arapiraca.
Contudo, com o passar dos anos, o avanço da atividade imobiliária culminou com a construção de dezenas de condomínios residenciais de classe média.
Esses conglomerados urbanos criaram novos espaços de convívio social, o que fez reduzir o número de frequentadores do primeiro clube social da cidade.
Com isso, a quantidade de associados inadimplentes passou a aumentar, ano após ano, provocando prejuízos financeiros à instituição, que tem um ativo a receber da ordem de R$ 1,6 milhão, segundo revela o atual presidente do clube, empresário Gustavo Brandão.
Ele assumiu a gestão há quatro anos e tem buscado tirar o Clube dos Fumicultores da crise que atravessa.
Gustavo Brandão conta que conseguiu evitar a penhora do ginásio de esportes e negociou com a Justiça do Trabalho o parcelamento das dívidas, que se acumularam ao longo de muitos anos.
Com a chegada da pandemia da Covid-19, os eventos foram paralisados e o espaço encontra-se fechado temporariamente.
Sem receita financeira, a diretoria não consegue manter o parcelamento das dívidas na justiça e a ameaça de leilão do prédio é cada vez mais real.
MOBILIZAÇÃO SOCIAL
A notícia acerca do provável leilão do prédio do Clube dos Fumicultores gerou reação imediata nos movimentos sociais que defendem a história e a cultura em Arapiraca.
Representantes da ONG Candeeiro Acesso estão mobilizando os moradores, empresários e ativistas locais, na tentativa de evitar o leilão e o fechamento definitivo do clube.
A arquiteta Rosângela Carvalho, integrante da ONG Candeeiro Aceso enaltece a atuação da atual diretoria do Clube dos Fumicultores de Arapiraca.
“É uma instituição privada, um patrimônio privado, mas a população de Arapiraca entende como de valor histórico para o município e que deve ser preservado”, frisa.
Rosângela Carvalho lembra que desde o ano de 2013 o Plano Municipal de Cultura precisa avançar mais.
“O processo de legislação para o tombamento do imóvel deve unir a prefeitura, governo estadual, secretarias estadual e municipal de cultura, conselhos locais para a defesa desse patrimônio do povo arapiraquense”, reforça a arquiteta.
Ela diz que a ONG fez uma petição pública, por meio do site Change.org, para mobilizar ainda mais a sociedade na luta em defesa do Clube dos Fumicultores, através do link: http://Ching.it/r46vdRh97P