Mas há outra característica desse país localizado em uma pequena península no Golfo Pérsico que o torna único: sua enorme riqueza.
Segundo uma lista elaborada este ano pela Global Finance com base no PIB per capita, o Catar é o quarto país mais rico do mundo, com US$ 112.789 per capita, atrás apenas de Luxemburgo, Cingapura e Irlanda.
Com pequenas variações, a verdade é que este pequeno emirado está entre os dez mais ricos há pelo menos toda a última década.
Mas qual é a fonte de sua riqueza?
A prosperidade econômica do Catar é produto da extração e exportação de petróleo, descoberto em 1939 e produzido pela primeira vez em 1949, e gás natural – de acordo com um relatório do Banco Mundial, o país possui as maiores reservas do mundo.
Assim, a riqueza do pequeno país é uma cifra do último meio século. Antes da Segunda Guerra Mundial, a população do Catar estava envolvida em atividades de extração de pérolas, pesca e comércio e, como colônia britânica, era uma das mais pobres do mundo. Atualmente, tais atividades são praticamente inexistentes.
Na década de 1970, uma onda de nacionalizações anulou as concessões que o Catar havia feito a empresas como a Iraq Petroleum Company (IPC), dando origem à estatal Qatar Petroleum (antiga Qatar General Petroleum Corporation).
Embora a estatal supervisione as operações de petróleo e gás, não o faz em detrimento das empresas privadas, que continuam a desempenhar um papel importante, segundo informações da Britannica.
De acordo com o relatório Global Finance, o Catar se beneficia de proporções: as reservas de petróleo e gás são muito grandes, enquanto sua população é muito pequena (cerca de 2,8 milhões de pessoas).
É esta relação que tem permitido o florescimento econômico deste país de arquitetura ultramoderna, centros comerciais de luxo e excelente gastronomia que acolhe o Mundial que termina a 18 de dezembro.
Reservas de petróleo e gás natural
O Catar tem enormes depósitos de gás natural. O North Field, offshore, é um dos maiores campos de gás do mundo. As reservas de petróleo do país, encontradas tanto em terra quanto no mar, são modestas para os padrões regionais, mas também significativas.
O país começou a desenvolver seus recursos de gás natural em 1990, na tentativa de reduzir sua dependência do petróleo. A estratégia, além do recurso a empréstimos internacionais, tem sido apostar em projetos conjuntos com as principais empresas internacionais de petróleo e gás, com enfoque no Campo Norte.
Na primeira década do século 21, o gás natural ultrapassou o petróleo como a maior fonte de receita do governo e do PIB do país.
Outras receitas da economia do Catar
Apesar das previsões auspiciosas de organismos internacionais para o Catar, principalmente após os vultosos investimentos em torno da Copa do Mundo, sua economia não está isenta de riscos.
O Banco Mundial alertou que alguns deles poderiam ser “a volatilidade nos preços da energia e as contínuas tensões diplomáticas com seus vizinhos do Golfo”.
“A diversificação da economia para além dos hidrocarbonetos continua a ser um desafio fundamental”, acrescentou a agência.
O setor manufatureiro é um exemplo, já que atualmente está intimamente ligado aos seus recursos de hidrocarbonetos. As reservas de gás natural do Catar são essenciais para o desenvolvimento de sua indústria de gás liquefeito.
No nível financeiro, o Banco Central do Catar administra os recursos do Estado e emite a moeda nacional, o Rial do Catar. O país tem sido generoso em emprestar a países com problemas, principalmente seus vizinhos do Golfo e outros países árabes.
Assim como o Catar exporta petróleo e gás em suas diversas formas e com seus derivados, as importações consistem em equipamentos de transporte, manufaturados, alimentos e animais vivos.
A Britannica indica que o setor de serviços, incluindo administração pública e defesa, responde por aproximadamente metade do PIB e emprega mais da metade da força de trabalho. O país tem gastos militares elevados, que representam quase quatro vezes a média mundial.
Na tentativa de diversificar a economia do Catar, o governo está trabalhando para desenvolver o turismo, principalmente promovendo o país como um local para conferências internacionais, embora até agora com pouco sucesso.
Resta saber quais são os efeitos sobre esta pequena, mas robusta economia depois que a bola parar de rolar no campo de futebol.