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07/02/2023 às 13h37min - Atualizada em 07/02/2023 às 13h37min

Policiais envolvidos em abordagem a Marcelo Leite são indiciados por homicídio e fraude processual

Perícia aponta que arma de fogo foi plantada pelos militares para justificar legítima defesa

Por Sete Segundos
Policiais envolvidos em abordagem a Marcelo Leite são indiciados por homicídio e fraude processual - Foto: Felipe Guimarães/7Segundos

O caso Marcelo Leite ganhou um capítulo importante nesta terça-feira (7). A comissão de delegados que investiga a abordagem policial que resultou na morte do empresário arapiraquense concedeu entrevista coletiva nesta manhã para dar detalhes sobre a reprodução simulada do caso.

De acordo com o grupo, a perícia realizada no local apontou que a arma de fogo encontrada no veículo da vítima foi plantada pelos policiais numa tentativa de justificar a legítima defesa. Ainda segundo os delegados, três policiais militares que estavam na viatura e participaram da ação serão indiciados.

O delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), Gustavo Xavier, informou que o comandante da viatura irá responder pelos crimes de homicídio na modalidade dolosa, quando há intensão de matar, e também por fraude processual.

"O comandante será indiciado não só pela prática do homicídio doloso, porque no momento em que os disparos são efetuados, ele assume o risco de morte, também será indiciado pelo crime de fraude pós-processual, em razão de uma provável inovação artificiosa, pela implantação da da arma de fogo, tentando sugerir à polícia e ao poder judiciário, que estes fossem induzidos ao erro. Além dessa segunda modalidade de crime, teria como consequência, a prática de denunciação caluniosa", explicou o delegado-geral.
 

RELEMBRE O CASO


Marcelo dirigia um veículo Hyundai Creta de cor preta e teria, segundo a guarnição policial envolvida, passado em alta velocidade por um "quebra-molas" e, em seguida, desobedecido a uma ordem de parada. Ele foi socorrido pelos próprios policiais e encaminhado ao Hospital de Emergência do Agreste, sendo transferido alguns dias depois para a Santa Casa de Misericórdia de Maceió e, em seguida, para o Hospital Beneficência Portuguesa do Mirante, em São Paulo, onde veio a óbito na madrugada da última segunda-feira (5).

No relato do flagrante registrado pela PM, os militares informaram que o empresário teria apontado uma arma para a guarnição, que reagiu atirando em direção ao pneu do veículo. Um desses tiros, que teria sido proveniente de um fuzil, perfurou o porta-malas e atingiu Marcelo nas costas.

A família da vítima refuta o relato dos policiais e afirma que o empresário nunca possuiu arma de fogo.

De acordo com o advogado Victor Oliveira, contratado pela família de Marcelo Leite, a abordagem policial apresenta inconsistências.

"Em breves levantamentos realizados até o momento, constatou-se que a arma de fogo apreendida na ocorrência não foi acondicionada de forma correta. O invólucro em que estava a arma e as munições era inadequado, comprometendo a cadeia de custódia da prova e prejudicando a perícia técnica a ser realizada para auferir possíveis impressões digitais", disse ele.

 

Arma implantada pelos policiais para justificar possível legítima defesa

Arma implantada pelos policiais para justificar possível legítima defesa


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