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19/08/2021 às 07h49min - Atualizada em 19/08/2021 às 07h49min

CPI da Covid ouve nesta quinta Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos

Depoimento já foi adiado quatro vezes é um dos mais aguardados pela comissão. Precisa foi intermediadora da compra da vacina Covaxin, cancelada após suspeita de irregularidades.

Por G1
Francisco Maximiano. Foto: Reprodução

Em mais uma sessão dedicada ao caso Covaxin, a CPI da Covid ouve nesta quinta-feira (19) o sócio-presidente da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. Trata-se de um dos depoimentos mais aguardados pelos senadores.

A Precisa atuou como uma intermediária entre o laboratório indiano Bharat Biotech, fabricante da vacina Covaxin, e o Ministério da Saúde. A empresa nunca divulgou detalhes do contrato, incluindo o valor que arrecadaria como representante brasileira na negociação.

O contrato de compra da Covaxin previa desembolso de R$ 1,6 bilhão para 20 milhões de doses, mas foi encerrado após uma série de denúncias de irregularidades, incluindo a constatação de fraude nos documentos enviados pela Precisa.

O Brasil nunca recebeu uma dose sequer de Covaxin e também não fez pagamentos nesse contrato. A lista de irregularidades inclui um pedido de pagamento antecipado, que não chegou a ser efetuado porque não estava previsto inicialmente.

Ao longo da negociação, a dose da Covaxin ficou mais cara do que as de outros laboratórios que venderam imunizantes ao governo. À CPI, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, relatou pressões de superiores na pasta para agilizar a liberação do imunizante.

 

Depoimentos anteriores

O servidor e o irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), disseram ter informado, em março, ao presidente Jair Bolsonaro sobre os indícios de irregularidades na negociação com a Precisa. Por esse motivo, Bolsonaro é acusado de ter cometido crime de prevaricação ao não determinar uma investigação do caso pela Polícia Federal.

Da Precisa Medicamentos, a CPI já tomou os depoimentos de Emanuela Medrades, diretora-técnica da empresa, e Túlio Silveira, representante jurídico que atuou no caso Covaxin.

Os desdobramentos do caso também levaram à convocação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

A aquisição do imunizante indiano é uma das principais linhas de investigação da comissão de inquérito. Os senadores apuram possível esquema criminoso na contratação das 20 milhões de doses.

Entre outros pontos, a CPI quer saber:

 

  • se houve fraude nos documentos relativos à contratação do imunizante;
  • se houve pressão pela liberação da Covaxin mesmo quando a área técnica do Ministério da Saúde constatava irregularidades na documentação;
  • se haveria beneficiamento ilícito e pagamento para uma empresa de fachada em invoice (nota fiscal) que previa US$ 45 milhões fora do contrato;
  • se lobistas atuaram pela autorização da vacina e também a possibilidade de beneficiamento ilícito a intermediários;
  • se políticos atuaram pela aquisição do imunizante;
  • o motivo pelo qual o governo deu preferência ao imunizante indiano quando recusava adquirir outras vacinas.

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