O presidente Jair Bolsonaro está bloqueando quem o critica nas redes sociais, de acordo com informações da Human Rights Watch.
A organização não governamental (ONG) diz que identificou 176 contas bloqueadas, em sua maioria no Twitter, incluindo as de jornalistas, congressistas e influenciadores. Perfis de veículos de imprensa e de ONGs também estão na lista.
“Isso impede que pessoas bloqueadas participem do debate público, viola a liberdade de expressão e as discrimina com base em suas opiniões”, afirma a Human Rights Watch.
De acordo com a entidade, entre os perfis de influenciadores banidos estão contas com mais de 1 milhão de seguidores, e outros com apenas alguns. O número total de bloqueios, segundo a ONG, deve ser muito maior.
A Human Rights Watch disse que, por meio de pedidos de acesso à informação, solicitou o número de pessoas bloqueadas pelo presidente Bolsonaro no Twitter, Facebook e Instagram.
Em resposta à ONG, a Secretaria de Comunicação da Presidência negou a informação, argumentando que não gerencia essas contas.
O G1 também entrou em contato com assessoria da Presidência, mas não houve resposta até a última atualização da reportagem.
Para a Human Rights Watch, a determinação de que contas de autoridades do governo em redes sociais são privadas não deveria depender de quem as gerencia, mas sim se são ou não usadas para compartilhar informações ou discutir assuntos de interesse público.
“O presidente Bolsonaro usa suas redes sociais como um importante meio de comunicação pública e de interação com a população”, disse Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil.
Bolsonaro tem 6,9 milhões de seguidores no Twitter, 14 milhões no Facebook e mais de 18 milhões no Instagram.
Além das contas de Jair Bolsonaro, a ONG fez um levantamento, via pedidos de acesso à informação, sobre o número de pessoas bloqueadas por membros do gabinete do presidente Bolsonaro. As respostas foram:
No final de julho, a YouTube anunciou que havia removido mais vídeos do canal do presidente Jair Bolsonaro. As publicações foram bloqueadas por violar política que proíbe conteúdo sobre a Covid-19 que apresente sérios riscos de danos significativos.Em maio, a plataforma já havia deletado 12 produções do canal do presidente Jair Bolsonaro por violação da mesma regra que proíbe a recomendação de cloroquina e ivermectina contra Covid. Antes disso, outros 5 vídeos também foram removidos.
A exclusão dos conteúdos sobre esse tema começou após uma atualização da política de uso do YouTube feita em abril.