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27/07/2023 às 18h36min - Atualizada em 27/07/2023 às 18h36min

Investigados no caso Marielle temiam prisão de ex-deputado e delegado

Relatório recente da PF revelou mensagens interceptadas por operação realizada em 2019; suspeitos temiam prisão de Brazão e Rivaldo Barbosa

Por Gazetaweb
Mensagens foram trocadas por WhatsApp às 23h de 11 de março de 2019

Um relatório elaborado pela Polícia Federal (PF) em junho revelou troca de mensagens entre dois suspeitos de vazar uma operação do caso Marielle nas quais é especulada a prisão do ex-deputado estadual do Rio de Janeiro Domingos Brazão (MDB) e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.

As mensagens foram trocadas por WhatsApp às 23h de 11 de março de 2019, um dia antes da Operação Lume, que prendeu os ex-policiais militares Élcio Queiroz e Ronnie Lessa, acusados de executar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

Jomar Duarte Bitencourt Junior é filho de um delegado da PF. Maurício da Conceição dos Santos Junior é um policial militar do Rio. Ambos foram alvo de mandados de busca e apreensão na última segunda-feira (24/7).

As mensagens foram recuperadas da “nuvem” do celular iPhone de Maurício. Ele guardava prints da conversa.

Deputado e delegado

No dia seguinte às mensagens, houve a operação policial, mas os presos não foram o ex-deputado Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa.

Acontece que, no segundo semestre daquele ano, os nomes dos dois teriam destaque na investigação do crime.

Domingos Brazão é empresário do ramo de combustíveis e chegou a ser apontado como um possível mandante da morte de Marielle, mas essa versão acabou sendo desconsiderada com o tempo.

Já o delegado Rivaldo Barbosa seria suspeito de receber propina de R$ 400 mil para atrapalhar a investigação do caso Marielle. Ele nega.

A reportagem tenta contato com Rivaldo Barbosa e Domingos Brazão. O espaço está aberto.

Ex-bombeiro recebeu vazamento

Ainda na noite de 11 de março de 2019, logo depois de receber o vazamento de Jomar sobre uma operação do caso Marielle, Maurício repassou a informação para o então bombeiro Maxwell Corrêa, o Suel, preso na operação da última segunda por suspeita de ter atuado nos preparativos e na ocultação das provas do assassinato de Marielle e Anderson.

“Doido pra isso acabar logo”, escreveu Suel no aplicativo.

No relatório da PF, do último dia 30 de junho, está escrito que “é importante destacar que tal frase sugere que haveria também algum envolvimento de Maxwell com o crime, já que denota sua preocupação pessoal com o andamento da persecução penal relacionada ao caso, sobretudo considerando outros dados que indicam sua especial apreensão”.

Segundo a PF, Maurício também informou ao ex-PM Ronnie Lessa sobre a operação, utilizando o aplicativo Confide, que destrói a mensagem após ser lida.


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