O ministro do Poder Popular para a Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, chamou de “provocação” os exercícios militares que os Estados Unidos (EUA) anunciaram na Guiana, nesta quinta-feira (7/12).
“Esta infeliz provocação dos Estados Unidos em favor da ExxonMobil na Guiana é mais um passo na direção errada. Alertamos que não seremos desviados de nossas ações futuras para a recuperação do Essequibo”, escreveu Vladimir Padrino López na rede social X, antigo Twitter.
O governo de Nicolás Maduro aprovou no último domingo (3/12) um referendo que autoriza a anexação da região de Essequibo, localizada na Guiana, ao seu território. O presidente da Venezuela inclusive chegou a divulgar um novo mapa do país com a incorporação de Essequibo.
A manobra de Maduro tem sido observada com preocupação por autoridades estrangeiras. Nesta quinta, o governo norte-americano anunciou que aviões militares irão sobrevoar a região de Essequibo e o resto da Guiana durante exercícios militares.
A Embaixada dos Estados Unidos na Guiana informou que esses exercícios irão acontecer em parceria com a Força Aérea guianesa. Os dois países possuem uma parceria militar desde 2022.
Não é a primeira vez que a região de Essequibo vira tema de disputa entre os dois países. Os venezuelanos defendem que o local, que possui uma área maior do que a Inglaterra e é rico em recursos naturais, fazia parte da Capitania Geral da Venezuela, quando o território ainda era dominado pelo império da Espanha.
Por sua vez, a Guiana defende que a divisão de Essequibo foi definida em 1899, por meio da Sentença Arbitral de Paris que determinou as fronteiras dos territórios da Guiana Britânica.
Maduro e Essequibo
O presidente venezuelano chegou a divulgar, nessa terça-feira (5/12), um novo mapa da Venezuela já com a incorporação de Essequibo. Além disso, Maduro propôs à Assembleia Nacional do país a criação de leis para criação de uma província venezuelana na região.
Nicolás Maduro determinou que a estatal petroleira venezuelana PDVSA conceda licenças para exploração de petróleo e gás natural na região de Essequibo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, também nesta quinta, que tem acompanhado a situação entre Venezuela e Guiana com “crescente preocupação”. A declaração do petista aconteceu durante a abertura da 63ª edição da reunião de cúpula de chefes de Estado dos países do Mercosul.
Devido ao aumento das tensões na região, o Exército brasileiro enviou 16 blindados para Boa Vista, capital de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela.