As investigações foram realizadas pela Divisão Especial de Investigação e Capturas (DEIC), da Polícia Civil de Alagoas, e duraram um ano, o que demonstra a complexidade da organização criminosa. Ao longo do trabalho investigativo, ficou constatado que o grupo criminoso movimentou mais de R$ 7,5 milhões em um período de quatro anos de atuação, fruto da comercialização ilícita, principalmente de cocaína.
Além disso, demonstrou-se, também, ao longo da investigação, a prática do crime de lavagem de capitais, sendo, inclusive, usada atividade pecuarista e "laranjas" para tentar mascarar a origem ilícita do dinheiro oriundo do comércio ilegal de entorpecentes.
Ficou também comprovado pelas investigações que os fornecedores das drogas residem nos estados de São Paulo e Minas Gerais e, de lá, enviavam os entorpecentes para serem distribuídos em Alagoas, nos municípios de Maceió, Boca da Mata, Satuba, Palmeira dos Índios, Rio Largo e Barra de São Miguel. A droga também era enviada para a cidade de Caaporã, na Paraíba.
Outro ponto a se destacar é que o principal líder da organização criminosa em Alagoas já foi preso em operação do Ministério Público do Estado (MPE/AL), no ano de 2014. À época, foi apreendido um veículo de luxo, além de uma arma de fogo e 130 kg de maconha.
Com base nas provas técnicas produzidas pela investigação, a DEIC realizou a representação dos mandados de busca e apreensão, prisão preventiva e sequestro de bens, que foram expedidos pela Justiça alagoana, por meio da 17ª Vara Criminal da Capital.
A operação ganhou o nome de Escobar devido ao alto valor movimentado pela organização criminosa e pelo principal produto comercializado de forma ilícita ser a cocaína, fazendo alusão ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar, que fundou o Cartel de Medellín e distribuía cocaína para diversos países.
Cumprimento dos mandados
A operação mobilizou mais de 150 policiais nos quatro estados onde ocorre a ação. Em Alagoas, são cumpridos sete mandados de prisão e 17 de busca e apreensão em Maceió, Boca da Mata, Ibateguara, Satuba, Rio Largo e Palmeira dos Índios.
Em São Paulo, são cumpridos oito mandados de busca e apreensão e um de prisão; em Minas Gerais, dois mandados de busca e apreensão, e, na Paraíba, um mandado de busca e apreensão.
Até o momento, sete pessoas foram presas. Em Alagoas, foram presas quatro pessoas na capital e uma em Boca da Mata. Em São Paulo, houve uma prisão e, em Minas Gerais, uma mulher foi presa em flagrante com documentos falsos.
Também foram apreendidos três carros e uma moto em Alagoas, dois carros na cidade paulista de Ribeirão Preto, bem como apreendidas escrituras de imóveis em Alagoas; será solicitado ao Judiciário o perdimento em favor do Estado.
Efetivo participante
Em Alagoas, participaram da operação policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), do Batalhão de ROTAM, Batalhão de Trânsito (BPTran), Batalhão de Policiamento Escolar (BPEsc), Batalhão de Eventos (BPE), Batalhão de Polícia de Guardas (BPGd) e do 2º Batalhão.
A Polícia Civil empregou policiais do Tático Integrado de Grupos Especiais de Resgate (TIGRE), da Delegacia de Narcóticos (DNARC), da DEIC, e das 5ª e 6ª Delegacias Regionais de Palmeira dos Índios e São Miguel dos Campos. Também participaram policiais penais da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris).
Em São Paulo, participam da operação a Polícia Civil com policiais da DEIC / DEINTER 3 - 2ª DISE / DEIC /DEINTER 3, policiais militares do Batalhão da ROTA e Policiais Penais do Grupo de Intervenção Rápida da Penitenciária de Álvaro de Carvalho.
Em Minas Gerais, participam da operação policiais civis do 9º Departamento de Polícia Civil de Uberlândia e da 3ª Delegacia Regional de Ituiutaba. Já na Paraíba, policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes de João Pessoa.
A população é grande parceira das forças de segurança no combate ao crime e pode contribuir com o trabalho da Segurança Pública, realizando denúncias sobre homicídios, tráfico de drogas, roubos, organizações criminosas, dentre outros, por meio do Disque Denúncia. As ligações para o 181 são gratuitas e o sigilo é garantido.